domingo, 22 de fevereiro de 2009

Preconceito


Sempre tive certas curiosidades a respeito dos preconceitos existentes, sejam eles de raça, cor, religião, etc.
É muito fácil e atualmente politicamente correto combater o preconceito, mas isentando-nos de quaisquer idéias ou ideologias pré-concebidas (que também são um preconceito, não se esqueçam do significado absoluto desta palavra), questiono: de onde vêm os preconceitos, qual a razão de existirem?
Será que de repente, num dia de sol, alguém simplesmente decidiu: "A partir de hoje, dia X do mês Y do ano Z, decreto que todos os fulanos são assim e assado, mesmo sem conhecê-los"?
Pensando sem hipocrisia, será que existem fundamentos nos preconceitos? Seriam eles frutos de observação, experiências vividas, ou seriam delírios de algum louco que foram aceitos pela sociedade, dessa maneira poderíamos supor que essa sociedade que os aceitou seria tão demente quanto esse louco?
Acredito sinceramente na igualdade de direitos de todo e qualquer ser humano, porém isto não significa que acho que todos são iguais. Seres humanos são iguais perante a lei, não perante uns aos outros. Tanto é que existe um princípio em Direito (não me lembro quem inventou) que diz: "Igualdade é tratar os desiguais de maneira desigual".
Enquanto isso, prossigo na minha observação da vida, quem sabe um dia ainda chego a alguma conclusão sobre isso? Por ora, satisfaço-me em exorcizar meu Demônio Particular.

Papai Noel existe


Claro que existe.

Supondo-se que algo é invisível aos nossos olhos físicos, podemos deduzir sua existência a partir dos resultados ou consequências da existência do objeto ou ser propriamente dito.
Imagine-se você com três anos de idade; um pedido é feito, e na noite de Natal surpresa! Aquilo que você tanto queria "materializou-se" aos pés da árvore de Natal.
Conclui-se então, metafisicamente falando, que toda realização começa com a intenção, tudo aquilo que queremos já existe potencialmente no Universo.
Tá bom, muitos dirão "Ah, mas não existe milagre de Natal, os presentes foram comprados pelos pais da criança!" Claro, mas alegoricamente falando, a descoberta de que Papai Noel não existe significa nossa evolução futura em termos de percepção, ou seja, aquilo que hoje é mistério, amanhã será corriqueiro.
Mas do ponto de vista da criança, a existência de Papai Noel é tão certa e maravilhosa quanto a existência de Deus para os adultos.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

País das mentiras


"PREÇO NÃO SE DISCUTE"
"Cobrimos qualquer oferta da concorrência direto no caixa"


Bom seria se essa afirmação fosse verdade.
Anteontem, comprei um produto no Extra, pagando pelo mesmo R$6,79. Ao retornar para casa, lembrei-me que havia esquecido de comprar alguns itens, e como o Carrefour estava mais próximo, resolvi adquirir os itens faltantes lá mesmo.
Qual a minha surpresa ao encontrar o mesmo produto que comprei no Extra por R$6,79 sendo vendido no Carrefour por R$4,48! Mais de 50% de diferença!
Lembrei-me então do anúncio no Extra: "Preço não se discute", e no dia seguinte dirigi-me ao mesmo para verificar a veracidade da afirmação. Devo confessar que não nutria realmente esperanças, mas vamos lá....
A atendente do SAC, ao ser questionada por mim, respondeu: "Senhor, somente cobrimos ofertas que estejam anunciadas naqueles jornaizinhos distribuídos dentro do mercado", e então perguntei:
"Mas então porque vocês escrevem aquilo nos cartazes, dizendo que cobrem as ofertas?"
Ela não soube me responder, somente ficava afirmando repetidamente que somente cobriria produtos que estivessem anunciados no "jornalzinho".
Bem, eu estava de posse dos dois cupons dos supermercados concorrentes, acho que não há prova melhor da comparação de preços.
Mas não sei por que aindo me surpreendo com isso, acredito que fazer declarações enganosas faz parte da cultura brasileira...sei lá.
Somente lembrem-se que meias verdades também são meias mentiras.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Andando em círculos


Fé - s.f. (Do lat. Fides) Adesão total do homem a um ideal que o excede. Muito se tem falado a respeito dela; pessoas morrem por devoção à fé, mentes são dominadas, grandes coisas são atribuídas a ela, talvez seja a fé que nos conforte e nos dê esperanças acerca de um futuro incerto, não necessariamente ruim, enfim, a despeito da definição supra citada, qual o significado, e por quê ela é inerente ao ser humano? Não posso responder pelos outros por motivos óbvios, por isso falarei por mim. Desde os primórdios da minha jornada nesse mundo, na qualidade de ser humano, com todas aquelas atribuições que a maioria de vocês já estão cansados de saber, tenho me questionado: “Sim, talvez tenha uma noção do que seja a fé, mas, e daí?” A vida não se resume e talvez nem seja o ato de encontrar respostas, mas sim, a própria busca em si. Partindo-se desse princípio, na busca por respostas, não no intuito de encontrá-las, mas sim, com a intenção clara de vivenciar cada minuto dos caminhos prováveis que nos conduzem a que chamaríamos de “verdade”, senti que andava em círculos, pois cada caminho terminava em algo que só poderia ser explicado, ou melhor, intuído através da fé; fechava-se assim mais um círculo dentre tantos já fechados. Ficava no ar a seguinte questão: Seria a fé então a razão de viver, ou a razão de viver seria a fé? Mais um círculo a ser fechado; busquemos então o porquê da fé, seja lá em quê. Fé cega, acreditar em algo simplesmente por acreditar, sem questionamentos. Certo ou errado, não sei, para mim, apenas insatisfatório, o que não seria nenhuma novidade, em se tratando de uma pessoa cética em relação a muitas coisas. Raciocínio? Sim, a razão expõe, disseca, prova por A+B que isto é assim, porque X+Y=Z. Correto, mas também insatisfatório. Por quê? Porque o que nos leva a preferir a razão à fé simples é justamente algo que não pode ser explicado pela própria razão! Seria, por conseguinte, a fé oposta à razão.
Mas, ironicamente, o que me levaria a pensar assim, a não ser a própria fé na razão, que por si só não é prova de nada? Daí veio a questão da Fé Raciocinada. Como me sei possuidor de recursos linguísticos limitados, tentarei expor meu ponto de vista através de exemplos, pois assim conseguirei talvez ser mais claro, ou como alguns preferirem, menos obscuro. A questão eterna: Deus existe? Prove, então! Diria eu: “Impossível provar, embora sinta que ele exista”. Ridículo! Como assim, sentir, dê-me provas! Suponha que vivemos numa terra de cegos de nascença; um belo dia, você começa a enxergar, e proclama aos quatro ventos: “Eu vi a luz! Eu vi a luz!”. Verdade, óbvio, pois tanto eu como você sabemos que existe a luz, pois não somos cegos. Aí vem um dos cegos e pergunta: “Prove-me que você viu a luz, a luz não existe, isso é lenda! Aquilo que chamam de cor também é lenda!” Como provar a um cego que a luz e a cor existem? Chegamos a um ponto em que poderia-se dizer que algo pode existir ou não, dependendo do alcance de nossos sentidos físicos; começamos a sair do terreno do místico para o terreno da ciência tal e qual nós a conhecemos.
Tenho a intuição de que Deus existe; primeiramente, pelo próprio fato de negar a sua existência, o que nos leva a pensar que só podemos negar aquilo que pode existir, seja lá em que dimensão; damos a nós mesmos o benefício da dúvida. Coisa mais banal, mas não desprezível, seria o fato de quase sempre grafarmos a palavra “Deus” com inicial maiúscula, mesmo aqueles que não crêem nele, o que não faz sentido; não se pode e nem haveria como prestarmos deferência à algo que não existe. Enfim, posso, na minha concepção, definir Deus como “algo” que não conseguiria provar a existência justamente por falta de definição; mas seria essa falta de definição prova de sua não-existência? Como na história dos cegos, poderia ser simplesmente falta de alcance de nossos sentidos enquanto seres humanos materiais. Não tenho a intenção de me auto-denominar sabedor da verdade, pois acredito que a verdade só existe enquanto conceito, conceito este que pode ser derrubado por qualquer outra coisa que se denomine também “verdade”. Tudo é verdade sob o ponto de vista daquele que assim crê, porém cada um vê as coisas de uma maneira particular; portanto, só existe a nossa verdade. Enquanto isso, fico com a “minha” verdade: A fé existe sim, porém só em relação à coisas que sabemos intimamente existir, coisas percebidas por algo que o homem vai um dia perceber: Uns chamam de intuição, outros de sexto sentido, não importa qual nome lhe seja dado, o que importa é que não há como negar, pelo menos para mim.

Qual é a SUA verdade?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

O começo


Talvez seja um bom começo dizer que isto não é um começo, pelo menos em minha cabeça; é apenas um momento localizado em alguma parte de minha vida em que resolvi compartilhar aquilo que ferve em meu cérebro desde que me entendo por gente.
Digo ferve porque minha cabeça literalmente esquenta! Acredito que o motivo dessa alta temperatura seja o choque interno das idéias umas com as outras, liberando energia em forma de calor. Espero que o ato de escrever contribua para baixar a temperatura de meu cérebro, evitando assim que meus neurônios queimem. Se for para queimá-los, que seja de outra forma, preferencialmente bebendo! Se bem que alguém me disse uma vez que quem bebe é mais criativo por uma simples e básica lei da física: duas coisas não podem ocupar o mesmo lugar no espaço; portanto quando o álcool entra, os pensamentos saem.
Desculpem os acentos, é que não concordo com a nova gramática que os suprime. Acho que as palavras sem acento são menos expressivas, são como comida de hospital, correta mas sem sabor.